Dança cigana na tv: zapeando, achei um povo dançando. Gipsy Kings. Saias rodadas, coloridas. Um camarada em traje típico, cara de latino, se achando, enquanto as mulheres dançavam ao redor dele.
O interessante foi ver o festival de caras e bocas, numa delirante tentativa de mostrar sensualidade (olha a Débora Secco fazendo escola...). Pode até ser que em outra ocasião, eu achasse alguma graça. Achasse até mesmo interessante, mas hoje... Não tô pra isso.
Uma exibida, metida a falante (provavelmente a representante do grupo), era a que mais se esmerava no teatro facial (olha eu gente! Sou sexy! :p). E o zezão lá no meio, uma sobrancelha erguida, meio sorriso, efeito galã “puro feitiço” (parece nome de banda de pagode...), enfim. Sendo disputado, agora por duas exibidas de leques nas mãos. Caras de malvadas, meio enigmáticas (ou de quem não tem ideia do que está fazendo...), duelando pra saberem quem teria a honra de lavar a cueca do “dilícia” depois. Aff! Me poupem!
Talvez o fascínio do brasileiro pelos ciganos, se deva ao fato do nosso país ser um arreganhado. Que tudo absorve, modifica, adapta e acaba por incorporar à nossa própria cultura (há quem chame riqueza e vivacidade cultural... tenho minhas dúvidas). Como já disse um dia, alguém que conheço pode ser descendente do Papai Noel. Olha que chique!!
Bom, voltando. Queria ver se fosse como nos EUA, por exemplo. Onde na década passada (+-) ainda haviam Estados que proibiam a entrada e permanência de ciganos. Se privavam da belezura dos dentes de ouro e do “vem cá, filha! Quero te contar um segredo...”. Mas nossa terrinha é assim. Gostamos de muitas coisas, aceitamos quase tudo e não exigimos quase nada. E antes que apareça um doido me intitulando xenófoba, explico que não é nada disso. Sou apaixonada por cultura latinoamericana, por exemplo. Fanática mesmo! E também a cultura espanhola. Mas vejo cotidianamente, a cultura do nosso colossal país ser simplesmente desprezada. Ignorância das brabas!
Sou da teoria de que o mundo é nossa casa. Não há problemas em admirar ou amar costumes que aparentemente não tem nada a ver conosco, com a identidade brasileira. Mas sou também, da linha de pensamento que preza primeiro o que temos por aqui. Que sabe reconhecer o que há de bom... (mas detesto Carnaval, rsss) Caramba! Olha o tamanho desse lugar! Tudo o que é importado é melhor? Tem mais valor e beleza? Por quê podemos abraçar a tudo, se o mundo parece saber tão pouco sobre nós? (tem macacos nas ruas do Rio de Janeiro; falamos espanhol e dançamos mambo...). Juro que ainda tô pensando sobre as vantagens disso...
Tati
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